Edifícios Saudáveis: uma nova necessidade
Por André Lino – editada por Mariana Collini em 20/08/2024
O Fórum Econômico Mundial lançou um alerta em sua última edição, realizada em Davos, na Suíça: cinco dos dez principais riscos da próxima década se referem a questões ambientais – fragilidade climática extrema, perda de biodiversidade, colapso do ecossistema, escassez de recursos naturais e poluição.
A tecnologia foi apontada como essencial para a construção da capacidade adaptativa, impulsionando a inovação e desenvolvendo novas aptidões nos seres humanos.
Segundo estudo apresentado no evento, não existe uma panaceia tecnológica que possa enfrentar as alterações climáticas e não há substituto para a mitigação rápida e profunda das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, a tecnologia pode ajudar líderes a gerir os crescentes riscos associados aos impactos e a desbloquear novas oportunidades.
As pesquisas mais comuns no Google, em 2023, foram: “Por que está tão quente?”, “Calor excessivo” e “Por que faltou energia hoje?”, apenas para dar três exemplos de como a discussão já se deslocou de eventos de apelo internacional para a nossa vida cotidiana. Cresce a preocupação com os lugares onde estamos, cenário que já transformou os principais tópicos na definição dos sistemas prediais, que tradicionalmente eram a segurança e a eficiência energética.
Hoje, vemos uma crescente demanda por sistemas que apoiam as organizações no cumprimento de seus ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável –, que incluem metas de descarbonização, saúde e bem-estar. A preocupação está além dos custos, incluindo as pessoas e o impacto das operações.
A prevenção do que chamamos “síndrome do edifício doente” – ou seja, locais que causam efeitos agudos na saúde ou no conforto relacionado ao tempo gasto dentro deles – bem como a proteção de pessoas com alergias e doenças respiratórias são fundamentais.
Mas o que é um prédio saudável? Pesquisas científicas mostram nove aspectos essenciais dessas novas construções: iluminação; ventilação; qualidade do ar; qualidade da água; conforto térmico; umidade; ruído; poeira e pragas; segurança e proteção.
Tecnologia como provedora de soluções
Nesse contexto, digitalização e automação são essenciais para um mundo com mais saúde, bem-estar, produtividade e sustentabilidade. A tecnologia pode criar edifícios saudáveis com soluções para controle de iluminação, temperatura, ventilação e segurança. Sistemas BMS (Building Management System), como o Desigo CC, possibilitam um melhor desempenho e aprimoram a experiência do usuário.
Ao implantar sistemas como este, existem três pontos importantes:
#1: Interfaces Amigáveis: experiência do usuário aprimorada e controle acessível sobre diversas funcionalidades e dispositivos do prédio, como temperatura, iluminação e segurança. Com a utilização de diferentes pontos de interação, como aplicativos, termostatos e softwares, os usuários têm a capacidade de personalizar sua experiência.
Também é possível fazer uma gestão eficiente do empreendimento, permitindo o monitoramento de indicadores importantes, como o consumo de energia e as metas de descarbonização, por meio de dashboards e relatórios customizados, adaptados para cada perfil de usuário.
#2: Monitoramento em Tempo Real: acompanha a temperatura, qualidade do ar e umidade do prédio, com fontes de dados confiáveis que estejam em conformidade com os requisitos de proteção de dados e segurança, como sensores com tecnologia da Internet das Coisas (IoT) com conexões seguras e acesso a nuvem.
#3: Algoritmos de Inteligência Artificial (IA): podem aprender com os padrões de cada edifício e criar a solução mais eficiente adaptada ao uso, estabelecida pelo perfil ou grupo de usuários.
A automação da IoT e as aplicações em nuvem baseadas em IA ajudam a conectar, digitalizar e otimizar práticas de gerenciamento, oferecendo uma abordagem modular que torna a funcionalidade de automação acessível a mais pessoas. A conectividade possibilita a integração com vários sensores e atuadores, com uma abordagem de ecossistema aberto e escalável.
A transição para um edifício saudável é essencial diante dos desafios atuais. Passamos a maior parte de nossas vidas em ambientes fechados, que devem promover nosso bem-estar físico, mental e emocional.
Em última análise, edifícios que priorizam a saúde e a sustentabilidade melhoram a qualidade de vida dos ocupantes, possuem maior liquidez, dão mais retorno sobre o investimento, proporcionam mais eficiência, aumentam a produtividade e são mais atrativos e valiosos para o mercado.
O principal ativo das organizações é o capital humano, e, ao investir em um ambiente melhor, estamos também investindo nas pessoas.
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