Como os prédios multifamily estão moldando o futuro dos condomínios para Idosos
Experiências compartilhadas podem moldar segmentação de prédios residenciais
Por Breno Damascena – editada por Mariana Collini em 21/11/2024
O fortalecimento do mercado de “multifamily” no setor imobiliário brasileiro deve estimular o surgimento de condomínios nichados. Para Ricardo Karpat, Diretor da Gábor, a tendência é que os prédios se voltem para públicos específicos, como idosos, jovens universitários ou pessoas que gostam de festas.
Em painel no Superlógica Next 2024, evento voltado para administradoras de condomínios, síndicos e imobiliárias que aconteceu nesta terça-feira (19) no Distrito Anhembi, em São Paulo, o executivo afirmou que este movimento é o resultado esperado para as mudanças geracionais.
O multifamily consiste em um complexo ou edifício em que todas as unidades são dedicadas para o aluguel residencial e pertencem a um único investidor ou empresa. Na prática, é um prédio em que todos os moradores são locatários e existe apenas um proprietário.
“Estamos na era do compartilhamento. A gente muda mais fácil de emprego, de opinião, de esposa e de apartamento. À medida que o sonho da casa própria se dilui e o multifamily se consolida, as experiências precisam ser mais positivas”, justifica Karpat. “Se o morador tem um problema de barulho com o vizinho, ele vai ter uma experiência ruim e querer mudar de prédio. É simples”, aponta.
É a partir desta expectativa que ele sugere a materialização de uma economia voltada a nichos. “Vamos ter mais prédios multifamily de idosos, com enfermeiros para realizar cuidados e práticas pensadas para este público; também vamos ter mais prédios voltados para jovens, com pool parties e próximos de universidades”, exemplifica o executivo.
Tendência no Brasil
A perspectiva de Karpat é compartilhada por Carolina Burg, fundadora da Antonella Realty. Também durante o painel que debateu os desafios de locar, administrar e gerir condomínios multifamily, ela afirmou que, para gerar ambientes mais confortáveis e oferecer uma melhor experiência aos moradores, é necessário conhecê-los.
“Atualmente, existe uma distância entre a administradora do condomínio e os moradores”, observa Burg. “As pessoas moram em um apartamento no mesmo condomínio, mas vivem como se morassem em países diferentes. É importante se atentar às demandas dos consumidores para perpetuar e unificar os serviços”, pontua.
A segmentação de condomínios e prédios de acordo com o público, segundo Burg e Karpat, devem ajudar a consolidar o mercado multifamily no Brasil.
Dados deste ano da consultoria imobiliária SiiLa mostram que o setor já reúne mais de 9 mil apartamentos no País, sendo que 30% foram entregues no último ano. O relatório indica que o segmento chegue a setembro de 2025 com crescimento de 31,25%.
Apesar da alta, o cenário ainda é incipiente em relação a mercados mais consolidados, como os Estados Unidos. Números da XP indicam que as propriedades multifamily nos EUA movimentam mais de 3,5 bilhões e empregam 12 milhões de trabalhadores.
Não à toa, Elisa Rosenthal, Presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário, e moderadora do painel sobre multifamily no Superlógica Next 2024, entende que o Brasil está em um período de adaptação. “Os condomínios são ecossistemas e estamos observando uma nova maneira de gerir este tipo de negócio”, entende. Prédios para idosos? Especialistas dizem que multifamily vai gerar “condomínios nichados”
Experiências compartilhadas podem moldar segmentação de prédios residenciais
Por Breno Damascena – editada por Mariana Collini em 21/11/2024
O fortalecimento do mercado de “multifamily” no setor imobiliário brasileiro deve estimular o surgimento de condomínios nichados. Para Ricardo Karpat, Diretor da Gábor, a tendência é que os prédios se voltem para públicos específicos, como idosos, jovens universitários ou pessoas que gostam de festas.
Em painel no Superlógica Next 2024, evento voltado para administradoras de condomínios, síndicos e imobiliárias que aconteceu nesta terça-feira (19) no Distrito Anhembi, em São Paulo, o executivo afirmou que este movimento é o resultado esperado para as mudanças geracionais.
O multifamily consiste em um complexo ou edifício em que todas as unidades são dedicadas para o aluguel residencial e pertencem a um único investidor ou empresa. Na prática, é um prédio em que todos os moradores são locatários e existe apenas um proprietário.
“Estamos na era do compartilhamento. A gente muda mais fácil de emprego, de opinião, de esposa e de apartamento. À medida que o sonho da casa própria se dilui e o multifamily se consolida, as experiências precisam ser mais positivas”, justifica Karpat. “Se o morador tem um problema de barulho com o vizinho, ele vai ter uma experiência ruim e querer mudar de prédio. É simples”, aponta.
É a partir desta expectativa que ele sugere a materialização de uma economia voltada a nichos. “Vamos ter mais prédios multifamily de idosos, com enfermeiros para realizar cuidados e práticas pensadas para este público; também vamos ter mais prédios voltados para jovens, com pool parties e próximos de universidades”, exemplifica o executivo.
Tendência no Brasil
A perspectiva de Karpat é compartilhada por Carolina Burg, fundadora da Antonella Realty. Também durante o painel que debateu os desafios de locar, administrar e gerir condomínios multifamily, ela afirmou que, para gerar ambientes mais confortáveis e oferecer uma melhor experiência aos moradores, é necessário conhecê-los.
“Atualmente, existe uma distância entre a administradora do condomínio e os moradores”, observa Burg. “As pessoas moram em um apartamento no mesmo condomínio, mas vivem como se morassem em países diferentes. É importante se atentar às demandas dos consumidores para perpetuar e unificar os serviços”, pontua.
A segmentação de condomínios e prédios de acordo com o público, segundo Burg e Karpat, devem ajudar a consolidar o mercado multifamily no Brasil.
Dados deste ano da consultoria imobiliária SiiLa mostram que o setor já reúne mais de 9 mil apartamentos no País, sendo que 30% foram entregues no último ano. O relatório indica que o segmento chegue a setembro de 2025 com crescimento de 31,25%.
Apesar da alta, o cenário ainda é incipiente em relação a mercados mais consolidados, como os Estados Unidos. Números da XP indicam que as propriedades multifamily nos EUA movimentam mais de 3,5 bilhões e empregam 12 milhões de trabalhadores.
Não à toa, Elisa Rosenthal, Presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário, e moderadora do painel sobre multifamily no Superlógica Next 2024, entende que o Brasil está em um período de adaptação. “Os condomínios são ecossistemas e estamos observando uma nova maneira de gerir este tipo de negócio”, entende.
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