Geração Z impulsiona mudança do setor pela sustentabilidade e economia
Elisa Rosenthal é Diretora Presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário
Por Elisa Rosenthal
O aumento do interesse e procura por empreendimentos imobiliários sustentáveis reflete uma crescente preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. Uma tendência impulsionada especialmente pelas gerações de consumidores mais jovens.
De acordo com um estudo da HSR Specialist Researchers, a Geração Z, composta por jovens nascidos entre meados dos anos 1997 e o início dos anos 2010, é particularmente influenciada por fatores como a acessibilidade aos serviços públicos, proximidade do trabalho, comodidades e sustentabilidade ambiental ao escolher um imóvel. Esses critérios têm moldado suas decisões de compra e orientado a evolução do mercado imobiliário.
O que nem todos os compradores de imóveis sabem é que a escolha consciente por um imóvel com selos e certificações verdes, além de trazer benefícios ao meio ambiente, também pode gerar uma economia substancial para seu bolso.
Conversei com a Adriana Petrella Hansen, Diretora de Sustentabilidade no CTE, que recentemente comprou um apartamento em um empreendimento com certificação aQUA -HQE (Alta Qualidade Ambiental) e ela me revelou que, inicialmente, a taxa de juros padrão para financiamento imobiliário era de aproximadamente 14,05% ao ano.
No entanto, graças ao Repasse Verde e à certificação aQUA -HQE do Parque da Cidade, essa taxa foi reduzida para 11,13%. Isto representa uma diminuição significativa de quase 3 pontos percentuais ao ano na taxa de juros total do financiamento, tornando-o extremamente competitivo em comparação com outras instituições financeiras.
Em outra conversa, desta vez com Fabrizio Ianelli, responsável pelos Negócios Imobiliários Pessoa Física e Consórcio no Itaú, ele me detalhou as conquistas recentes do programa Plano Empresário Verde, iniciado em 2021 com a parceria do Itaú BBA com a International Finance Corporation (IFC), membro do Banco Mundial.
O programa visa incentivar o financiamento de empreendimentos sustentáveis, concedendo benefícios na taxa de juros para aqueles que adquirem imóveis certificados. Segundo Ianelli, desde o início do programa, já são 48 obras financiadas e R$ 9,2 bilhões em VGV (Valor Geral de Vendas), e em virtude do ciclo de entrega das obras estar iniciando agora, este número de 8 projetos com repasse tende a crescer ainda mais.
Em termos de volume de repasses, o programa já liberou um montante significativo de R$250 milhões. Quanto aos planos de expansão, Ianelli destaca que o objetivo é estimular o financiamento de empreendimentos mais sustentáveis por meio de condições diferenciadas, tanto comerciais quanto residenciais, o que inclui melhores taxas de financiamento.
Ao ser questionado sobre os selos mais utilizados nos empreendimentos atendidos pelo programa, Ianelli explicou que inicialmente, a certificação EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies), criada pela IFC, é a mais comum devido à parceria estabelecida. No entanto, ao longo do desenvolvimento do Plano Empresário, outras certificações como aQUA -HQE e LEED também foram incluídas.
Essas e outras iniciativas evidenciam o compromisso de instituições financeiras e de empresas do setor imobiliário em promover práticas construtivas sustentáveis e em fornecer opções financeiras atrativas para aqueles que buscam não apenas um lar, mas também um investimento consciente no futuro. Uma visão integrativa que beneficia o meio ambiente e seu bolso.