Turismo como gerador de novo modelo de negócio
Por Roberto Pinheiro – editada por Mariana Collini em 14/08/2024
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, 69% dos brasileiros fazem pelo menos uma viagem de lazer por ano. Durante o verão, que é o período mais movimentado, 37% dos brasileiros planejam viajar, com uma preferência marcante por destinos de sol e praia (51%). E este crescimento reflete um mercado em busca constante por novas experiências e opções de hospedagem.
A maioria dos viajantes opta por alugar casas por meio de plataformas como Airbnb ou se hospedar em hotéis. No entanto, essas opções apresentam limitações que têm levado os consumidores a buscar alternativas mais vantajosas e sofisticadas.
Embora as plataformas de aluguel por temporada e os hotéis ofereçam conveniência, eles também podem trazer diversas complicações. Por exemplo, é comum que as residências alugadas em plataformas como o Airbnb não correspondam às fotos apresentadas, estejam em localizações desfavoráveis ou não estejam devidamente preparadas para receber hóspedes, faltando itens essenciais como água e papel higiênico. Esses problemas podem transformar uma viagem de lazer em uma experiência frustrante.
Além disso, há um gap no mercado para opções que combinam a flexibilidade e a personalização do aluguel por temporada com a estabilidade e o conforto de uma propriedade própria que as opções como a multipropriedade tradicional, o time-sharing e condo-hotel, não oferecem.
Outro ponto que também pode impedir o sonho da casa na praia ou no campo são os aumentos do preço que, nos últimos doze meses, acumulou alta de 6,07% segundo o Índice FipeZAP. É aqui que entra um novo modelo inovador de aquisição fracionado de imóveis por meio de sociedades imobiliárias.
O que é o modelo de sociedade imobiliária?
Esse modelo de aquisição de imóveis permite que até oito sócios compartilhem os custos da propriedade de uma casa de alto padrão, utilizando-a de forma proporcional ao investimento realizado de forma exclusiva e alternada.
Diferente do Airbnb, onde a experiência pode variar drasticamente de uma propriedade para outra, o modelo de sociedade imobiliária garante uma experiência consistente. Isso proporciona uma sensação de pertencimento e exclusividade que plataformas de aluguel por temporada dificilmente conseguem oferecer e com um custo-benefício melhor que a compra integral de uma propriedade.
Menos gastos e menos burocracia: Os custos de aquisição e despesas mensais são compartilhados entre os sócios, reduzindo significativamente os gastos individuais. Além disso, a burocracia associada à compra e manutenção de um imóvel é simplificada.
Flexibilidade e casa equipada: Os sócios podem desfrutar de propriedades em diferentes locais sem se preocupar com a dor de cabeça com a manutenção diária, que é gerida pela sociedade imobiliária.
Diversificação de investimentos: Pelo valor de uma propriedade integral, os sócios podem adquirir frações em diversos imóveis, permitindo uma maior diversidade de destinos para lazer. Nesse meio, a compra de uma sociedade imobiliária também traz uma oportunidade de upgrade aos sócios, uma vez que, ao invés de comprar um apartamento de 60 m², o cliente pode investir em uma casa maior, com mais lazer e mais bem localizada.
No Brasil, já existem empresas liderando essa inovação no mercado, com casas disponíveis em destinos turísticos renomados como Bahia, São Paulo, Ceará e Rio Grande do Norte e adaptando suas ofertas para atender às novas demandas dos clientes. Essas iniciativas mostram como o mercado imobiliário está se reinventando para proporcionar opções mais vantajosas e sofisticadas para os consumidores.
Com um grande potencial ainda não totalmente explorado, este modelo não só preenche uma lacuna significativa, mas também tem o potencial de transformar a maneira como os brasileiros adquirem e desfrutam de suas segundas residências e do turismo nacional e internacional.
Foto: GettyImages