Transformação digital e direitos humanos: papel da tecnologia RPA no combate ao trabalho escravo
A utilização da tecnologia RPA ajuda a combater o trabalho escravo de diversas formas
Estadão Blue Studio Express
Com a automatização de processos, a exploração do uso da tecnologia RPA (Robotic Process Automation) se demonstrou um caminho viável para tornar as empresas mais produtivas e, ao mesmo tempo, atuar de forma para a garantia dos diretos humanos no mundo corporativo.
Só para ter uma ideia, relatório global da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2021 estimava que aproximadamente 28 milhões de pessoas permaneciam em condições de trabalho análogas à escravidão.
Ao desenvolver uma estratégia de transformação digital, portanto, uma empresa precisa visar muito mais do que o lucro. É necessário explorar a inovação para garantir a adoção de boas práticas corporativas, evitando que ocorram violações graves dos direitos humanos.
Mas como a transformação digital consegue atuar de forma efetiva no combate ao trabalho escravo?
RPA no combate ao trabalho escravo
A implementação da tecnologia ajuda a combater o trabalho escravo de diversas formas. Pode parecer um paradoxo, mas, ao colocar os robôs para desempenhar diferentes tarefas repetitivas e sistemáticas, é possível tornar os processos mais humanos.
Isso porque as máquinas conseguem auxiliar na análise de dados, garantindo uma visão mais ampla de possíveis problemas que precisam ser corrigidos urgentemente dentro de uma empresa.
Em um mundo onde as boas práticas de ESG estão cada vez mais presentes, o RPA auxilia as empresas no monitoramento de processos. Quer um exemplo?
Os robôs podem ser programados para coletar e analisar dados de fornecedores e parceiros, evitando a contratação de serviços e a compra de insumos de empresas que não respeitam as leis trabalhistas.
Adotar esse procedimento facilita a correção de possíveis problemas, eliminando assim o risco de contar na cadeia de suprimentos com parceiros que não seguem boas práticas no combate ao trabalho escravo.
Outra utilização do RPA na garantia dos direitos humanos é encontrada na automatização de processos de certificação e conformidade. Hoje, diferentes clientes exigem que seus fornecedores sigam determinados padrões de qualidade, com a promoção de um trabalho ético e respeitoso com os funcionários.
Com os robôs em ação, torna-se mais fácil garantir que as exigências do mercado sejam cumpridas com eficácia. Isso envolve também a verificação de certificações, licenças e documentos legais necessários.
Análise de padrões
Ainda com relação à adoção de boas práticas, o RPA pode atuar como um “fiscal” das boas práticas. Quando corretamente parametrizado, o robô consegue fazer a análise de diversas informações da companhia para a identificação de possíveis padrões suspeitos.
Ao identificar algum problema, a solução apresenta um sinal de alerta, facilitando que a companhia investigue a fundo o caso e, quando necessário, adote as medidas corretivas para eliminar o caso.
Aliás, a solução também contribui para tornar transparente as ações realizadas no combate ao trabalho escravo. Com o auxílio dos robôs, é possível gerar relatórios que demonstrem os resultados positivos conquistados, facilitando a comunicação tanto interna quanto externa.
Isso, aliás, ajuda a construir a confiança e a reputação da marca, demonstrando para o mercado a importância de atuar para a promoção dos direitos humanos no ambiente profissional.
Esses são apenas alguns exemplos de como a tecnologia contribui no combate ao trabalho escravo, eliminando possíveis falhas nos processos e garantindo um ambiente justo e apropriado para que os colaboradores desempenhem suas funções.
Somente através de esforços contínuos e comprometidos, podemos criar um futuro onde o trabalho escravo riscado do mapa. Certamente, adotar boas práticas com o suporte da tecnologia ajuda na conquista de melhores resultados, atraindo mais clientes e, até mesmo, investidores.
Foto de Mikhail Nilov no Pexels