Biometano movimenta frotas de caminhões e impulsiona a indústria no Brasil

 Biometano movimenta frotas de caminhões e impulsiona a indústria no Brasil

Transição energética é uma escolha estratégica para garantir a sustentabilidade dos negócios

Por Ultragaz e Estadão Blue Studio

Enfrentar as mudanças climáticas no mundo real exige ações concretas, onde empresas se unem em projetos de transição energética para garantir a sustentabilidade dos negócios. Nesse cenário, uma parceria entre a Ultragaz e a PepsiCo busca acelerar a adoção de combustíveis limpos, abrangendo desde a frota até a operação industrial. Foi essa parceria que esteve no centro de uma das conversas promovidas pelo Estadão Blue Studio, em parceria com a Ultragaz.

“Na fábrica da PepsiCo em Itu, onde produzimos snacks como Lay’s, Ruffles e Doritos, a estação de abastecimento de biometano é capaz de atender em 100% a demanda de gás para cozimento, fritadeiras, fornos e caldeiras de água da fábrica, totalizando aproximadamente 15 mil metros cúbicos por dia”, afirmou Raphael Cyjon, vice-presidente de Estratégia Global e Transformação da PepsiCo.

A PepsiCo também abastecerá cerca de 70% de sua frota, que conta com mais de 80 caminhões movidos a gás, em um posto exclusivo de biometano localizado em sua planta de Itu. “Ao pegar gás do aterro, essa iniciativa nos ajuda a resolver um problema da sociedade. Ao mesmo tempo, nos impulsiona para fazermos uma rápida transição devido aos equipamentos que já temos”, completou Cyjon.

O combustível sustentável se destaca como uma solução escalável e viável para a indústria brasileira. Os avanços promovidos pela Ultragaz nos últimos anos — alinhados a sua trajetória de inovação — respondem diretamente aos desafios impostos pela crise climática.

“Somos pioneiros em transições energéticas no Brasil, desde a conversão do uso da lenha para GLP em residências. Agora, o foco está na substituição do diesel e do gás natural convencional pelo biometano. A evolução permite que os setores industrial e de transporte reduzam a pegada de carbono sem comprometer a competitividade”, afirma Erik Trench, diretor da área de Gases Renováveis da Ultragaz.

Atualmente, a principal fonte de biometano no Brasil são os aterros sanitários, devido à proximidade com os centros de consumo e à infraestrutura já existente para a produção de biogás, segundo explica o executivo da Ultragaz. O próximo passo, que deve ser dado em nível nacional, é a expansão da produção a partir da biomassa da cana-de-açúcar e outros resíduos agroindustriais. A ampliação deve impulsionar o biometano e consolidar o energético como um combustível eficaz.

“A missão da Ultragaz é oferecer uma solução confiável e escalável para a transição energética no Brasil, reduzindo as emissões de carbono das empresas e garantindo um futuro mais sustentável”, diz Trench.

Segundo Raphael Cyjon, a parceria entre Ultragaz e PepsiCo desempenha um papel fundamental na expansão do mercado. Ele destaca que a iniciativa abriu conversas com mais players do setor, que já reforçam a importância de um engajamento coletivo.

“Ao fomentar um consórcio do bem, as empresas não apenas reduzem as próprias pegadas de carbono, mas também incentivam outras indústrias a adotarem soluções sustentáveis. O avanço da mobilidade de baixo carbono e a ampliação do uso de combustíveis renováveis são passos essenciais para a descarbonização da economia. O compromisso das companhias com alternativas como o biometano demonstra que é possível conciliar eficiência operacional e impacto ambiental positivo, pavimentando um caminho realista e promissor para a transição energética no Brasil”, afirma o executivo da PepsiCo.

Emergência climática

Danilo Maeda, diretor da Beon, consultoria de ESG da FSB Holding, ampliou o escopo do debate ao colocá-lo em perspectiva com a COP 30, reunião climática anual da ONU que será realizada em novembro em Belém, no Brasil. “Essa é uma COP que está sendo chamada como a COP da implementação”, avalia o executivo.

“A realidade mostra, no entanto, que ainda estamos longe de colocar em prática as ações necessárias. O estado atual da emergência climática exige que essa implementação ocorra de maneira mais rápida e eficaz. Precisamos transformar os mecanismos produtivos da sociedade e das economias para que consigamos enfrentar esse desafio de maneira concreta”, afirma o executivo da Beon. Segundo ele, está mais do que claro o tamanho do problema que precisa ser enfrentado. “Hoje, mesmo que todos os compromissos climáticos assumidos pelos países fossem cumpridos, ainda assim não estaríamos no caminho certo para limitar o aquecimento global a 1,5°C. E isso considerando apenas as promessas, sem falar na implementação. Ou seja, estamos apenas na metade do caminho para evitar catástrofes climáticas ainda mais graves”, afirma.

Para que a outra metade seja trilhada, Maeda lembrou do conceito dos “cisnes verdes”, consagrado por um dos pais do ESG, o especialista britânico John Elkington. “Assim como os ‘cisnes negros’ representam eventos catastróficos e imprevisíveis, os cisnes verdes são soluções sustentáveis escaláveis, que geram impacto positivo sem efeitos colaterais negativos em outras áreas. E o biometano é um excelente exemplo disso: reduz emissões, aproveita resíduos e fortalece a economia sem comprometer a produção de alimentos ou gerar outros problemas ambientais”, relata o diretor da Beon.

Acelerar processos para impulsionar a alavancagem verde de forma mais ágil é um consenso entre os executivos que participaram da conversa promovida pelo Estadão. Da mesma forma, os profissionais concordam que é plenamente viável produzir com competitividade e sustentabilidade, especialmente considerando a qualificação da mão de obra e os avanços tecnológicos disponíveis no Brasil. “É preciso começar a fazer e, em seguida, ajustar o que for preciso”, defende Cyjon. Durante o painel, os especialistas não apenas posicionaram o Brasil como um dos protagonistas da transição energética, mas também destacaram a sustentabilidade como um elemento estratégico para a gestão e o crescimento dos negócios.

https://www.estadao.com.br/economia/negocios/biometano-movimenta-frotas-de-caminhoes-e-impulsiona-a-industria-no-brasil/?utm_source=&utm_medium=&utm_campaign=Ultragaz

Foto: Van Campos/Estadão Blue Studio

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